sexta-feira, 25 de março de 2011

SUJEITOS E SABERES DA EDUCAÇÃO INDÍGENA

 AT-2– PRODUÇÃO TEXTUAL
Índios, brancos?
Como podemos focar está situação?
Quando se fala em cultura não é nada fácil assumir posições, pois de um lado, por exemplo, para o índio seu modo de viver é o ideal, enquanto que para os brancos, os índios não adquiriram “cultura”; por viverem na floresta não tiveram acesso às informações necessárias para se tornarem cidadãos.
UFA! Quem está certo? Quem está errado? Acredito que são modos de olhar diferente, para tanto devemos pausar nas necessidades e no respeito à diversidade para partir a qualquer decisão.
O povo indígena que vivia integrado à natureza foi realmente violado com a chegada dos “invasores” que a procura de novas terras, novo mundo; tomaram posse do seu habitat registraram como Terra de Vera Cruz (Brasil) e passaram a chamar de seu.
Adotei essa concepção após cursar faculdade e ter acesso a materiais que pudessem oferecer uma nova reflexão sobre o assunto, diferente dos estudos do ginásio, pois o índio não era ressaltado, parecia figurante, apenas estava ali como cenário da história do Brasil, o pano de fundo. E os heróis eram os homens brancos, os desbravadores que ali chegaram.
Violência, realmente todo tipo de violência. Que direito tinham sobre essa terra, sobre essa gente, mas tinham o poder da cultura, das armas dos homens brancos, de cidadãos que já possuíam os valores do consumo, da riqueza; acima do bem e do mal, ter riqueza (posse) já nesse período dignificava o homem como melhor, acima dos outros seres humanos que não as possuíssem. E quanto mais conseguissem, não importando como, era sim muito importante, mesmo que para isso fosse preciso matar, aniquilar espécies “diferentes”.
Essa cultura que domina a sociedade desde os primórdios continua latente, as situações de violência não mudaram muito mesmo depois de mais de 500 anos que se passaram.
Seja a violência física, ou mesmo a violência psicológica, estão nas noticias estampando as primeiras páginas dos jornais. Ao ouvir ou assistir noticias envolvendo aos indígenas, não posso negar que ronda dúvidas em meus pensamentos, pois há hora que penso que aos índios devam dar “tudo” que lhe é seu por direito e outras vezes penso que poderiam fazer uso de nossa cultura, pois precisam mudar suas concepções culturais. Então, como fazer uso da cultura do branco se nem mesmo aos brancos essa cultura lhe atendem nas suas necessidades, na dignidade humana.
Porém, hoje aos índios retornar às suas origens está muito mais difícil. Pense, cadê nosso meio ambiente, nossas florestas, os animais...
Será que somos capazes de criar um novo Planeta Terra ou uma floresta Amazônica para socorrer aos índios?
Já que isso não compete nossas atuações, então que pelo menos sejam aos índios proporcionados recursos que possam viver bem e em harmonia à cultura que cada tribo se insere; se for nessa pouca floresta que ainda temos, que seja.
O contato com a cultura do homem branco horas parece que não mais deixará de ocorrer, então cabe ao governo criar políticas que vão de encontro às suas necessidades, sem lhes privar do direito de viverem sua raízes, sem perder sua identidade. E que pelo menos não os deixem morrer, se contaminarem com os “maus” hábitos do branco, como é sabido que muitos estão morrendo com o uso de drogas ou doenças causadas pela convivência com os brancos.
Já ouvi pessoas dizerem: “Índios são bichos, deixem para lá”. “Eles são culpados estão vendendo nossa floresta”.“São eles os mais culpados, o estrangeiro chega aqui e oferece dinheiro e eles aceitam”. E tantas outras.
Então o que fazer diante de situações tão intrigantes?
A educação para a diversidade vem nos mostrando o quanto é difícil quebrar preconceito, aceitar as diferenças, no entanto é preciso começar. Foi possível perceber que ao menos no campo educacional já houve conquista, se caso podemos dizer assim, pois se compararmos o processo da educação desde quando se iniciou com os jesuítas e o que ocorre hoje em diversas aldeias houve melhoria pelo menos no que se diz necessário ao índio no convívio com a sociedade brasileira, no contato com a cidade e suas tecnologias, percebemos que a vida dos índios não mais acontecerá sem o contato com a sociedade, então a educação agora passa a ser uma necessidade e não uma imposição, embora isso faça com que muitos índios passam a viver ausente na sua cultura, perdem parte de sua identidade.
Para tanto devemos respeitar a cultura indígena deixá-los viver nos seus conceitos culturas e mediar com tolerância em questões que geram atritos, como por exemplo, em cultura indígena sabemos que a morte tem valores diferentes da nossa, o certo ou o errado, não sabemos. Então porque questionar?
Ressalto um fato ocorrido em Brasília, quando um índio fazendo uso de facão feriu um cidadão branco, isso me faz pensar que a qualquer custo eles vão lutar por alguns direitos, mesmo que para isso precise matar.
Ao nosso olhar isso é errado, horrível, para eles não. Só estão continuando a violência que se iniciou a mais ou menos 500 anos.
DOMINGUES, Sergio Augusto. Sujeitos e Saberes da Educação Indígena.

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